A multiplicação dos peixes

February 5th, 2013Trilha do minérioNenhum comentário »

Anc1

por Mateus Fagundes e Simião Castro
De vila de pescadores a sede de grandes indústrias, Anchieta vive hoje uma fase de intenso crescimento econômico impulsionado pelo ferro e o petróleo. Conheça a cidade por onde o minério extraído em Mariana segue para o exterior no podcast especial da Trilha do Minério.

No dia 11 de maio de 1977, quando as primeiras toneladas de minério concentrado em polpa chegaram à usina de pelotização da Samarco Mineração em Ubu, na cidade de Anchieta (ES), o pequeno município vivia da pesca, da agricultura e do turismo. Mas o clima era de euforia. A construção de uma indústria na cidade havia trazido gente de fora e a promessa do desenvolvimento.

Mais de 35 anos depois, Anchieta é uma cidade industrializada e um dos maiores destaques da economia capixaba. Com um Produto Interno Bruto (PIB) que ultrapassa a marca dos R$ 4 bilhões, é o quinto município mais rico do estado, responsável por 5,1% do total produzido no Espírito Santo.Veja os detalhes no gráfico abaixo:

Quase 80% de todo o PIB da cidade vem da produção industrial. Nos próximos anos, os números tendem a aumentar. A Samarco está construindo a quarta usina pelotizadora e a Petrobrás começou a extração da camada pré-sal.

Em 2010, o Censo revelou que a população da cidade era de 23.902 habitantes. O salário médio da população é de R$ 1.031, 74. A cidade possui o sexto melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Espírito Santo, com 0.785, numa escala que vai de 0 a 1, segundo dados de 2003.

Impasses
A industrialização de Anchieta trouxe desenvolvimento, mas também impacto no meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas. A construção da quarta usina de pelotização da Samarco representará um aumento de 16,5 milhões de toneladas de monóxido de carbono (CO²) por ano no ar da cidade. A poluição causada pelo pó do minério de ferro incomoda moradores e pescadores.

A Vale também havia anunciado a construção da Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU), em 2010. As obras teriam início em 2013 com previsão de funcionamento da indústria para 2015. Porém, a empresa não chegou a um acordo em relação aos impactos sociais e ambientais e desistiu do projeto em 31 de janeiro de 2013.

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